terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Um diário de uma adolescente





A cada caso meu, ficava aquela sensação de uma derrota, um sabor de tristeza e aquela dorzinha por ter sido novamente enganada. O pior, é que isso só ia se repetindo. Quando pensava que não, aparecia outra pessoa e, quando chegava ao fim, tudo, absolutamente tudo voltava..

Certo que muda, pouco, mas muda. Antes, eu, sempre vitima, nunca era a responsável pelas perdas. Confesso que isso até trazia um pouco de alivio, só um pouco, porque me tirava a responsabilidade de ter sido a “culpada”.
Mas, peraí!! Você agia mesmo como se não fosse a culpada?
Malditos homens!!
Encontram a forma mais linda e delicada de acabar com você, dizendo que eras muito para alguém que não merecia nada seu. OK. Eu só não percebia que realmente eu era um caminhão, um avião, uma nave espacial para ele, e que ele era uma mobilete, uma bicicletinha, um carrinho de mão que não merecia sequer uma passagem de ida, somente de ida, para Bagdá, Paquistão.. e claro, eu faria questão de levá-lo, ah como eu faria.. rs
E, que otária que eu era.. olha só, eu me sentia a culpada, eu realmente achava que eu era a culpada. E me perguntava: por que? o que eu fiz? por que?
Como eu era tola. rs.


Mas eu aprendi, é! Aprendi com tudo, tudo que aquele lá e aquele outro ali um dia me fizeram. Se eu chorava porque algum, ou melhor, porque todos acabavam comigo, por eu ser certa demais, fiel demais, como eles diriam: “perfeita demais pra mim” ( hoje eu sei que essa é a desculpa mais esfarrapada que eles usam), hoje, sou eu quem acaba com eles, quem pisa neles, quem, por mais irônico que seja, não chora mais por um termino de relacionamento, mas sim, faz chorar e sente prazer em vê-los chorar.

Então, você se dá valor. Você aprende a negar e chutar paixões e amores, porque você aprendeu com o exemplo, com uma palavra bem pequena que você teve que ouvir diversas vezes: NÃO.

É tão sarcástico quando me ponho a lembrar do que eu era, de como eu era feita e tratada há meses, ou anos atrás.
O que antes era motivo de choro, de recordações angustiantes, hoje é uma piada, e não passa de uma historinha cômica de um diário de uma adolescente.

lorenna zannard
02\11\2011

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